Causas e consequências da obesidade infantil
Depressão
Considerada pelos médicos como um dos grandes males do século XXI, a depressão é outra doença comum entre crianças, especialmente as obesas. Um estudo feito recentemente pela Universidade de Minessota (EUA) revelou que 26% das crianças que sofrem provocações pelos colegas de escola devido ao excesso de peso são depressivas, chegando até a pensar em suicídio (ver reportagem publicada no portal sobre bullyng, espécie de comportamento agressivo e intimidador que ocorre entre jovens e é muito comum nas escolas). Ainda de acordo com essa pesquisa, 9% dessas crianças realmente tentaram tirar a própria vida em razão do quadro depressivo em que se encontravam. “Esse é um fator muito importante e ao qual devemos estar atentos, pois está provado que a criança obesa tem muito mais depressão que as outras”, afirma Sheyla.
Para Isa, o fato de a criança com excesso de peso não possuir a mesma agilidade que as demais tende a fazer com que ela seja discriminada pelos colegas. “Às vezes, numa brincadeira ou jogo no colégio, não é a criança obesa que se isola; ela é isolada pelas outras. Esse preconceito muitas vezes leva a problemas psicológicos sérios, o que pode agravar ainda mais o quadro de obesidade”, explica. Segundo a nutricionista, quando a criança apresenta um estado emocional depressivo, acaba buscando os alimentos que são mais ricos em gorduras e carboidratos.
Hereditariedade
Sheyla explica que, além de engordarem por causa da má alimentação, as crianças que têm um dos pais com obesidade apresentam 40% de chance de se tornarem obesas e, se os dois tiverem excesso de peso, esse número aumenta para 80%. Além da influência genética, viver em um ambiente que favorece o consumo exagerado de alimentos pode levar o filho a ter os mesmos hábitos alimentares que seus pais. “Não adianta nada o pai mandar o filho tomar suco se ele próprio só bebe refrigerante. É preciso que os pais façam uma reeducação alimentar e orientem seus filhos a seguirem uma dieta saudável”, aconselha.
Assim como é grande a chance de a criança se tornar obesa em virtude da influência dos pais e do ambiente, o indivíduo que ganha muito peso na infância tende a continuar com o problema também na fase adulta. “A criança com excesso de peso aos 2 anos tem mais ou menos 35% de chance de permanecer obesa na idade adulta. Se aos 10 anos ela continuar da mesma forma, esse valor aumenta para 80%”, garante Sheyla. Segundo ela, isso ocorre não só por causa da predisposição genética, como também pelo fato de a criança adquirir, ao longo dos anos, hábitos de vida e alimentação que dificilmente serão modificados mais tarde.
Redução de estomâgo
Recentemente, um grande número de jovens e adultos obesos encontrou uma alternativa mais drástica para perder peso. Não se trata de alguma dieta mirabolante, remédios com slogans do tipo “Emagreça sem precisar fazer regime!” ou coisas do gênero. A saída que essas pessoas acharam é a cirurgia de redução do estômago. Esse procedimento, no entanto, não é visto com bons olhos pelos especialistas. “A cirurgia de redução do estômago só é aconselhável em último caso, pois o risco é muito grande. Somente se todos os outros tratamentos não tiverem surtido efeito e a obesidade estiver colocando em risco a vida do indivíduo é que a cirurgia torna-se uma alternativa”, afirma Isa. “O ideal mesmo é fazer um bom tratamento dietético e aumentar a atividade física”, aconselha.
Sheyla pensa o mesmo que sua colega de profissão. “É uma forma bem agressiva de tratamento, apesar de hoje em dia essas técnicas terem melhorado bastante”, argumenta. Para ela, é fundamental conscientizar as pessoas sobre os riscos da cirurgia antes de elas optarem por fazê-la. “Além dos perigos que uma cirurgia de grande porte apresenta, o indivíduo deverá mudar seus hábitos de vida (e de uma maneira bem radical) e precisará fazer uma série de reposições nutricionais, sem falar nas restrições alimentares a que será submetido”, explica.
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